Jean Le Rond D'Alembert (1717 - 1783)

Jean Le Rond D'Alembert nasceu no dia 17 de novembro em Paris. Ainda pequeno, foi abandonado na igreja de St. Jean Baptiste le Rond localizada perto de Notre Dame. Rapidamente foi encontrado e encaminhado para uma casa de crianças desabrigadas. Recebeu o mesmo nome do local onde foi encontrado - Le Rond - e D'Alembert, seu sobrenome, foi acrescentado mais tarde quando iniciou seus estudos. Posteriormente soube-se que sua mãe era Madame de Tencin, uma escritora eloqüente, e que seu pai era Chevalier Destouches, general da artilharia.

Quando D'Alembert nasceu, seu pai estava fora do país. Logo que retornou à Paris procurou seu filho e arrumou uma mãe adotiva para criá-lo, Madame Rousseau, que permaneceria como tal para o resto de sua vida. Sua verdadeira mãe jamais o reconheceu como filho. Destouches morreu em 1726, quando D'Alembert tinha apenas nove anos, porém deixou dinheiro suficiente para garantir-lhe uma boa educação.

D'Alembert teve uma ampla educação estudando Direito, Medicina, Ciência e Matemática. Esta última foi sua grande paixão. Em julho de 1739, começou sua carreira em Matemática e, dois anos depois, aos vinte e quatro anos, foi admitido para a Academia de Ciências de Paris. Entre os contemporâneos D'Alembert e Clairaut havia uma rivalidade científica que muitas vezes raiava a inimizade.

Em 1743, publicou o Traité de Dynamique, que era uma interpretação poderosa da terceira lei de Newton. Em 1744, D'Alembert utilizou os seus resultados sobre o equilíbrio e o movimento para publicar Traité de l'equilibre et du mouvement des fluides. Esse trabalho deu um tratamento alternativo aos fluidos comparado àquele dado por Daniel Bernoulli. Estudou Astronomia, e resolveu o processo dos equinócios, sendo também o primeiro a encontrar e resolver a equação da ondulatória em 1747.

Foi pioneiro no estudo das equações diferenciais parciais e também na utilização delas equações na Física. Seu trabalho sobre esse assunto apareceu, pela primeira vez, em 1747, em um artigo que D'Alembert enviou para a Academia de Ciências da Prússia, sob o título Réflexions sur la cause générale des vents, o qual lhe rendeu o prêmio da Academia.

Entre 1751 e 1772, trabalhou junto com Denis Diderot, editando os vinte e oito volumes da Encyclopédie ou Dictionnaire raisonnné des sciences, des arts, et dês métiers. Diderot escreveu a maioria dos textos sobre política, fruto das discussões com Montesquieu; Rousseau escreveu o tratado de música; D'Alembert escreveu a maioria dos textos matemáticos e científicos. Em 1754, no artigo Differential da Encyclopédie, D'Alembert afirmou que "a diferenciação de equações consiste simplesmente em achar os limites da razão de diferenças finitas de duas variáveis contidas na equação" e, em 1765, no artigo Limit, definiu "uma quantidade, o limite de uma segunda quantidade variável, se a segunda pode se aproximar da primeira por qualquer quantidade dada, sem coincidir com ela". Esse conceito, mesmo que impreciso, ajudaria Cauchy a definir o conceito fundamental do Cálculo Diferencial.

D'Alembert dedicou também parte de sua vida à Literatura e à Filosofia. Um trabalho de cinco volumes, editado entre 1753 e 1767, Mélanges de littérature et de philosophie, concentra boa parte de seus estudos nessas áreas. Entre as idéias contidas nesse trabalho, D'Alembert aceitava um argumento a favor da existência de Deus, baseado na crença de que a inteligência não pode ser um produto da matéria somente. Entretanto, há evidências de que ele foi persuadido por Diderot a aceitar a crença materialista antes de 1770.

D'Alembert morreu no dia 29 de outubro de 1783, em Paris.